sexta-feira, 31 de julho de 2009

Música, alimento para a alma

De nome novo, Joyce Moreno tem quatro discos lançados este ano

Em Slow Music, cantora carioca pretende despertar o ouvinte para uma fruição tranquila de bons alimentos musicais (Foto: Leo Aversa)

Marlon Maciel
Especial para o Jornal de Brasília

Quem é a cantora Joyce Moreno? Foi a pergunta que não quis calar até cinco minutos depois de um "Google" num dos computadores da redação. Seria uma iniciante em busca de espaço para demonstrar seu talento? Na busca pelos primeiros dados para compor essa matéria, o site Joyce Moreno deu a resposta.

Para matar a charada, uma dica ao leitor: tire o "Moreno" e fique com o "Joyce". Sim, estamos falando da cantora, violonista e compositora carioca cujo sucesso veio em 1980 com a música Clareana, com Maurício Maestro, no Festival de MPB. Um "Ah, é a Joyce!" logo veio à cabeça do repórter ao lembrar daquela doce figura de cabelos pretos curtos e lisos.

Como a própria me explicou, Joyce passou a adotar, adicionar e assinar o nome civil (que inclui o sobrenome "Moreno" do marido e baterista Tutty) nos trabalhos a serem realizados e divulgados a partir desse ano. Ela esclarece que estava cansada de sempre usar apenas o primeiro nome.

Outro motivo para a escolha, segundo ela, é o fato de que "Joyce" é um nome muito comum no exterior – ou "nada raro" em suas palavras. Dado o grande sucesso no exterior (Moreno acaba de retornar da primeira turnê pelo Canadá), a troca também representa uma estratégia para que os estrangeiros possam identificar e localizar, de maneira mais fácil, a cantora – por exemplo na internet, sem ter que digitar "Joyce+cantora+brasileira" no Google.

De forma direta ou indireta, o novo nome faz referência à sua origem brasileira. "Embora venha da Espanha, 'Moreno' virou um nome baiano aqui", ri a carioca de 61 anos que lançou, aos 20, seu primeiro disco homônimo, na época, apenas Joyce (1968).

Além do novo nome, o ano de 2009 também trouxe uma maré de lançamentos para a cantora. Moreno teve quatro discos lançados, "todos eles em territórios diferentes". O achado Visions of Dawn, na foto, era uma espécie de LP perdido – cujas seções de gravação aconteceram no ano de 1976 em Paris – e que só foi resgatado esse ano pelo selo londrino Far Out Recordings.

Com participação do percussionista Naná Vasconcelos e do produtor, arranjador e multiinstrumentista Maurício Maestro, o projeto foi lançado em versão digital, CD e LP (com tiragens limitadas) e traz músicas como Banana e o sucesso Clareana. "Para minha surpresa, o disco recebeu boas críticas da imprensa especializada na Europa", comenta.

Joyce confirma a boa repercussão internacional da música brasileira que, segundo a cantora, não recebe o devido valor por parte dos pelos próprios brasileiros, muitas das vezes. "Sempre existiu e sempre vai existir interesse pela música brasileira de qualidade", diz. Mas lamenta o fato de muitos artistas brasileiros não conseguirem lugar junto ao público local e irem para países do exterior, cujas portas se abrem para que eles exercitem sua criatividade.

Devagar quase parando
Celebrating Jobim – Joyce with WDR Big Band (Carcalla/Alemanha e Omagatoki/Japão), o segundo lançamento do ano, é uma compilação de concertos com a big band de Colônia (Alemanha). O prata da casa Slow Music (Biscoito Fino) sai apenas em terras brasileiras por enquanto. Segundo Joyce, o disco toma o caminho inverso dos últimos lançamentos – que saíram primeiro no exterior e depois chegaram por aqui.

Entre outros aspectos, a proposta conceitual de Slow diz respeito ao próprio modo como as 12 músicas foram gravadas e a um estilo de vida ao qual a cantora faz referência neste trabalho: tudo se propõe muito devagar, quase parando. "São canções de amor. Músicas lentas que falam e refletem sobre esse sentimento. Não queria fazer um disco 'água com açúcar' e nem passional como um tango, mas que tivesse ironia, questionamento", conta.

Para compor o disco, Joyce selecionou canções que traçassem esse panorama romântico, porém lúcido. O nome do disco, por exemplo, se refere ao movimento italiano Slow Food, que defende o respeito ao tempo destinado à apreciação dos alimentos. "Muitas vezes, fazemos refeições em pé, num balcão, e não sentamos para comer", exemplifica. Joycve conta que refletiu sobre o que isso tinha a ver com a música, no sentido de que ela tem que ser da melhor qualidade, já que é alimento para a alma. A intenção é despertar o ouvinte para uma fruição (tranquila) de bons alimentos musicais.

No mês que vem, a cantora lança a edição japonesa de Aquarius – Joyce with João Donato (Toy´s Factory/Japão) e, com Donato, parte para o Japão para apresentação na Blue Note Tóquio. A cantora não tem previsão para se apresentar em terras distritais com o novo nome. Joyce disse que gostaria muito de fazer shows em Brasília e aguarda uma resolução da sua produção para que as datas sejam agendadas. Mas fique tranquilo, caro leitor, Brasília conhecerá (a nova?) Joyce Moreno sem demoras.

Disco por disco

Slow Music – Biscoito Fino; R$ 29, em média. O amor é o assunto de composições de Joyce com autores como Robin Meloy Goldsby, Paulo César Pinheiro, Vinicius de Morais (Medo de Amar) e Chico Buarque (Samba do Grande Amor)

Visions of Dawn – Far Out Recordings; (Importado; U$ 15, em média). Também em versão digital e LP, o CD foi gravado em 1976, em Paris, com participação de Naná Vasconcelos e Maurício Maestro

Celebrating Jobim – Joyce with WDR Big Band – Carcalla/Alemanha e Omagatoki/Japão; (Importado; U$ 34, em média). Compilação de concertos com a big band alemã

Aquarius – Joyce with João Donato – Toy's Factory/Japão; (Importado; U$ 25, em média). O nome que dá título ao disco é um tema instrumental de Donato, pérola dos anos 60

sábado, 25 de julho de 2009

O brega não existe

Sem preconceitos, Reginaldo Rossi canta da mesma forma para todas as classes

Cantor é taxado de brega, mas defende que música boa não tem rótulos


Marlon Maciel
Especial para o Jornal de Brasília

Ao longo de 40 anos de carreira, Reginaldo Rossi tocou tanto em grandes palcos, como o do Canecão, no Rio de Janeiro, quanto em outros menores em cidades do interior, como Santa Maria (DF), onde o cantor se apresenta hoje como uma das principais atrações da 19ª FasSanta, festa de aniversário da cidade localizada a 26 Km de Brasília.

Na última quarta, por exemplo, Reginaldo fez show em uma festa para jornalistas e autoridades políticas numa boate high society de Recife. "Já cantei para ministro e para gari. É tudo igual. Só no Brasil inventaram essa história de brega e chique. Música não tem divisão", comenta a respeito do contraste entre os diferentes tipos de palco e público pelos quais passou.

Você Não Vale Nada Mas eu Gosto de Você é tão boa para algumas pessoas como a Sinfonia n°5 de Beethoven, segundo Reginaldo Rossi. O que um cantor não pode fazer, segundo o próprio Reginaldo, é chegar na periferia e cantar um brega americano sem contextualizar. Ele garante que diz à plateia durante os shows, em especial ao público mais novo, que vai cantar em inglês – e enfatiza: "quem não aprender a falar inglês daqui a alguns anos vai ser considerado analfabeto".

Ainda em sua crítica a respeito de uma hierarquia musical, muitas vezes feita pela mídia para atestar ou detratar a qualidade de artistas, o cantor recifense de 65 anos diz que interpreta Ne Me Quitte Pas com a mesma honra com que declama Beber, Cair e Levantar – já adiantando o repertório assumidamente eclético da apresentação de hoje à noite.

Ele também cita canções de Caetano Veloso como exemplo. Reginaldo supõe que mil pessoas acompanhem Caetano ao cantar Qualquer Coisa, de letra mais elitizada, e que 80 mil entoem um só coro em músicas como Você Não me Ensinou a te Esquecer. "Negro ou branco, todos cantam. O sentimento, que é o que importa, é o mesmo. Todos sentem quando dói o cotovelo ou o chifre", defende.

Momento lindo
Apesar de ter produzido pouco nos últimos anos, Reginaldo garante que o momento da carreira "é ótimo". Ele se queixa apenas de que o processo criativo é ameaçado pela pirataria, que "acabou com a indústria do disco", segundo ele. "O esforço intelectual (do artista) é descaracterizado por bandidos que vão ganhar um fortuna", dispara.

Para o cantor, a internet não representa uma ameaça à venda de discos. Pelo contrário, diz acreditar que ela ajuda a divulgar ainda mais o trabalho artístico. Todo artista gosta de ser popular e que sua obra se espalhe pelo mundo, segundo o compositor de hinos do brega como Garçom. "O problema é que os artistas não são retribuídos. As pessoas baixam e não se preocupam em pagar os direitos autorais, que no fundo, custa pouquinho".

Perguntado se considera que existe uma onda de resgate e de exaltação à música brega por parte de bandas da nova geração (como Del Rey e Sua Mãe), Reginaldo é categórico em seu "não". "Não tem brega nem chique, mas já que rotularam...", volta a lamentar. Ele cita o fato da recente turnê dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos ter todos ingressos esgotados para defender que a velha guarda do brega está à toda. "Ficaram as músicas que ficaram – e essas são as mais românticas", afirma antes de cantar "Quando eu estou aqui / Eu vivo esse momento lindo", techo de Emoções (Roberto e Erasmo Carlos).

Reginaldo Rossi prefere mesmo cantar a dançar. "Não gosto de dançar", dispara ao lembrar da participação no quadro Dança dos Famosos no Domingão do Faustão da TV Globo. O cantor revela que foi escalado de fato por causa das coisas que fala. Segundo ele, alguns jurados chegaram a dizer que para os cantores é mais difícil participar da Dança e justifica que não tinha tempo para ensaiar. "Mas aquilo não é um concurso para se ganhar e virar o primeiro bailarino do Theatro Municipal", ri.

Bastidores da imprensa no Canal Brasil

Reprodução
Personalidades de destaque do jornalismo nacional vão mostrar os bastidores da imprensa no programa Vozes da Informação, que estreia no Canal Brasil no dia 27 de julho (segunda-feira), às 21h. Entrevistas exclusivas com alguns dos mais importantes nomes das redações brasileiras vão narrar histórias, curiosidades e os desafios da profissão em 26 episódios semanais dirigidos por Jorge Brennand Jr.

Ruy Castro, Sergio Cabral, Simon Khoury, Arthur Dapieve, Nelson Hoineff e Sidney Rezende (estreia), entre outros, relembram trabalhos importantes, revelam passagens curiosas de suas carreiras e analisam momentos marcantes da imprensa nacional. O crítico musical Nelson Motta, por exemplo, lembra a polêmica capa da revista Veja que, em 1989, estampava o cantor Cazuza doente com a manchete: “Uma vítima da Aids agoniza em praça pública”.

Serviço – Vozes da Informação
Estreia: 27 de julho, segunda-feira, às 21h.

Horário alternativo: Domingo, às 12h30.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Trailer da estreia de Drew Barrymore na direção

A ruivinha (ou loirinha?) Drew Barrymore, que interpretou a fogosa Dylan nas adaptações de As Panteras para o cinema, estreia seu primeiro trabalho atrás das câmeras em breve. A data é 9 de outubro (nos EUA) e o filme é Whip It!.

No elenco, estão arroladas Ellen Page (indicada ao Oscar 2008 pelo indie-wannabe Juno), a protagonista, Juliette Lewis (a adolescente afetadinha de Cabo do Medo; e ainda ganhou nominação ao Oscar, hein) e a ótima Marcia Gay Harden (oscarizada por Pollock). A tríade feminina é forte e compõe um filme de comédia adolescente que, a julgar pelo trailer (abaixo), parece ser engraçadinho.

Se esse emplacar, poderá ser a consolidação dos estúdios da Fox Searchlight Pictures. Focus Features (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) e Paramount Vantage (Sangue Negro) são outros independentes (isso sem citar a Miramax, que caiu na década de 2000 mas já mostra recuperação) que conseguiram espaço em um mercado estadunidense antes dominado por dinossauros e seus blockbusters.

Ah, a Drew Barryome também figura no rol de atrizes de Whip It!.



(via Cine Players)

terça-feira, 7 de julho de 2009

CJ Ramone em Brasília


Ex-baixista dos Ramones faz apresentação única no Arena Futebol Clube.

Christopher Joseph Ward, ou simplesmente CJ Ramone (como ficou conhecido no final dos anos de 1980), não apenas substituiu o baixista original dos Ramones, Dee Dee, como também é um dos únicos remanescentes do conjunto atualmente. Para celebrar os 20 anos desde seu primeiro contato com o conjunto norte-americano, CJ vem a Brasília, no dia 10 de julho, para tocar alguns de seus novos e antigos sucessos acompanhado de sua nova banda, a Bad Chopper.

CJ Ramone entrou para o clã do punk americano após a gravação do álbum Brain Drain, em 1989, e exerceu o ofício de baixista até o fim da banda, em 1996. CJ participou das gravações dos discos: Mondo Bizarro, Acid Eaters, Adios Amigos; e os álbuns ao vivo: Loco Live, Greatest Hits Live e We're Outta Here!

Hoje com 43 anos, CJ ainda é o responsável por berrar o “one, two, three, four” que tanto ouvimos nos discos ao vivo dos Ramones. A expectativa é grande para a apresentação, afinal o primeiro lote dos ingressos já se esgotaram.

Vale lembrar também que, no dia do show, CJ participará de uma tarde de autógrafos na loja FNAC, no Park Shopping, a partir das 14h.

Serviço - CJ Ramone e Bad Chopper
Sexta-feira, dia 10 de julhoÀs 22h, no Arena Futebol Clube (Setor de Clubes Sul)
Abertura: Super Stereo Surf (DF)
Ingressos: R$ 35,00 (meia-entrada)
À venda no GTR Instituto de Guitarra (111 Sul), nas lojas Abriu Pro Rock (Gama Shopping), Universo Tattoo (311 Norte), Porão 666 (Taguatinga, atrás do Alameda Shopping), Chilli Beans (ParkShopping, Pier 21, Taguatinga Shopping e quiosque no Pátio Brasil), No Sense (Águas Claras), Free Corner (304 Sul, Brasília Shopping, 308 Sul, 308 Norte, Conjunto Nacional, 303 Sudoeste, Gilberto Salomão e 304 Sul) e na bilheteria do Arena.