domingo, 21 de junho de 2009

Up!




Uma história original e cativante. Assim pode ser descrito o próximo filme lançado pela Pixar Animation Studios em parceria com a Walt Disney. "Up - Altas Aventuras" é um longa-metragem de animação que conta à história de Carl Fredricksen, um velhinho vendedor de balões, que parte pelos céus em busca de seus sonhos.

Durante toda a vida Carl e sua esposa, a efusiva Elle Fredricksen,sonhavam se mudar para as Cataratas do Paraíso, mas os problemas da vida de casado impediram seus planos. Carl se vê obrigado a realizar o sonho de sua falecida esposa após a justiça determinar que ele abandone sua casa. Para fugir do asilo e completar o livro de aventuras de sua mulher, o idoso amarra milhares de balões em sua casa e segue rumo a América do Sul. Por acidente, Carl leva em sua viagem o intruso Russel, um pequeno escoteiro, extremamente otimista, o garoto de 9 anos que pretende conquistar sua última medalha por ajudar idosos é responsável pelas peripécias na jornada de Carl.

Na produção a Pixar repete a dose usada em “WALL- E” (2008) de direcionar o seu filme a uma platéia adulta. A história do casal de velhinhos é contada de maneira doce e delicada, o amor que sentiam um pelo outro e os problemas enfrentados pelos adultos são expostos com a graciosidade e requinte das obras da Pixar. A mensagem de realizar o que é correto, premissa nos roteiros da Disney, continua latente na história, mas carrega um diferencial, o filme toca em uma questão pouco explorada pelos desenhos: o tempo.

Apesar de todos os problemas e decepções que Carl teve em seus 78 anos, ele segue em sua jornada e aprende quais são as verdadeiras riquezas conquistadas durante a sua longa vida. Up é recomendável para todos os apaixonados por desenhos pela sua diversão garantida, e também para todos que desejam subir em um balão e tocar a vida com um pouco mais de aventura.

"Up - Altas Aventuras" estréia em 4 de setembro nos cinemas brasileiros, com a dublagem de Chico Anysio (idêntico ao Carl). Vale a pena ver!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O segundo ato do teatro-esporte



Companhias teatrais apostam cada vez mais em peças sem roteiro ou textos decorados, onde quem manda é o público

Os mesmos atores, o mesmo nome, a mesma idéia — mas nunca o mesmo espetáculo. Assim é o chamado teatro do improviso, ou game-show, um modelo teatral que quebra a estrutura dramática convencional ao colocar o público na função mais importante da peça: a de diretor. Derivado do teatro-esporte, técnica desenvolvida pelo dramaturgo e diretor Keith Johnstone no final dos anos 60, cada espetáculo é, literalmente, uma partida. Divididos em dois times, os atores competem usando apenas a improvisação durante dois tempos, com 45 minutos de duração cada. Cabe à platéia decidir quais situações serão interpretadas e escolher o time que se saiu melhor em cada prova.

Graças a ferramentas como o YouTube, Orkut e Twitter, além do programa televisivo Whose line is it anyway?, sucesso nos Estados Unidos e Inglaterra, as representações improvisadas voltaram aos palcos. Em Brasília, o teatro esporte começou em um bar, com os atores Edson Duavy e Fernando Booyou realizando cenas sugeridas pelos clientes. A ambientação do botequim foi adaptada ao teatro, dando origem ao espetáculo Qual o seu pedido?, representado pela companhia Anônimos da Silva. Além de Edson e Fernando, Daniel Villas Boas, Lucas Moll, Saulo Pinheiro e Leônidas Fontes – protagonista do vídeo O herói Leônidas Fontes, com mais de 400 mil visualizações no YouTube – integram o Anônimos.

A distância do eixo Rio-São Paulo ajudou o grupo a criar um estilo próprio. “Começamos a inventar coisas diferentes, mais focadas na cultura pop”, explica Duavy. Para ele, o sucesso das peças deve-se à identificação imediata do público com os temas abordados. “É um teatro para ouvir as pessoas. O público se sente especial”, acredita. Elemento-chave para o sucesso do espetáculo, o entrosamento entre os atores é essencial na escolha do grupo. “Ás vezes, um quer dar uma ideia e outro quer dar outra, mas não bate. A gente treina bastante para ter esse pensamento conjunto”, diz Daniel Villas Boas. “É o que a gente chama de jogar junto”, completa Lucas Moll, provando que o entendimento não fica restrito aos palcos.

O modelo dos espetáculos não varia, mas as companhias procuram modos de se destacarem uma das outras. O sucesso dos mais de 70 vídeos disponibilizados no YouTube do espetáculo “Os Improváveis”, da companhia Barbixas de Humor, renderam ao grupo um quadro no programa Quinta Categoria, da MTV. Já o grupo Zenas Emprovisadas (ZÉ) aposta em nomes famosos para chamar a atenção do público, como Marcelo Adnet e Fernando Caruso, conhecido por suas participações nos programas globais Zorra Total e Os Normais.

A união da linguagem do palhaço com o ambiente de uma partida de futebol foi a alternativa escolhida pelo grupo paulista Jogando no Quintal para incrementar o jogo de improvisação. "Nos outros espetáculos, você acaba vendo só a virtuose da improvisação em si”, justifica César Gouvêa, um dos criadores da companhia. “O palhaço acaba sendo um diferencial”. Para César, integrante do Doutores da Alegria há seis anos e palhaço há dez, a volta de peças baseadas na improvisação se deve a uma necessidade do próprio público. “As pessoas precisavam de uma coisa nova, de um teatro vivo, onde você vê as cenas sendo construídas na hora e a fragilidade sendo muito evidente”, acredita. “O público quer entrar dentro da peça e do ator, virar cúmplice”.


Companhia de teatro Jogando no Quintal: a linguagem do clown como diferencial

Com mais de 12 anos de experiência na técnica batizada de clown pessoal (ou palhaço pessoal), o artista e professor João Porto explica que o gênero escolhido pelo Jogando no Quintal também se caracteriza pelo uso da improvisação — que, ao contrário do que prega o senso comum, exige treinamento. “O ator desenvolve suas habilidades”, diz. “O que ele mostra não é improvisado, é altamente dominado. Não pode ser solto”. Para João, o mais importante é entender a diferença entre o teatro improvisado, onde os atores não possuem técnica ou conhecimentos cênicos e, por isso, não sabem o que vão fazer, e o teatro do improviso, que “é aquele em que o artista trabalha bastante, domina as cenas, o conteúdo e só improvisa os momentos dessa composição”.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sergio Britto encena Samuel Beckett

“A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1” em cartaz de 18 a 21 de junho

Um grande nome do teatro brasileiro, Sérgio Britto encena de 18 a 21 de junho textos do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, consagrado no Século XX. “A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1” formam um espetáculo de 55 minutos com sessões às 20h na quinta, sexta e sábado; e 19h no domingo. No Teatro da Caixa, em Brasília.

A montagem tem direção de Isabel Cavalcanti e foi eleita ano passado como um dos 10 melhores espetáculos pelo jornal O Globo. O espetáculo também rendeu a Sergio Britto o conceituado Prêmio Shell de Melhor Ator de 2008. O ator completa 65 anos de carreira no teatro.

A encenação começa quando Britto incorpora Krapp, um escritor que costuma gravar em seu aniversário um apanhado dos momentos mais importantes ocorridos no ano que passou. O monólogo conta com efeitos cênicos a partir do gravador de rolo, que torna-se uma extensão do personagem.

Em seguida, Britto torna-se um homem num deserto em busca de sombra e água em “Ato Sem Palavras 1”. A peça põe em evidência, de forma sarcástica, a frágil condição humana.

Samuel Beckett, autor das peças, é um dos preferidos de Sérgio Britto. “Sua dramaturgia dialoga acidamente com a tradição ocidental e permanece desafiando a modernidade”, define Isabel Cavalcanti, diretora do espetáculo e especialista no autor irlandês.

Foto: Espetáculo A Última Gravação de Krapp (Crédito: Guga Melgar)

Serviço
Espetáculos “A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1”, com Sergio Britto
Data: de 18 a 21 de junho de 2009
Horário: quinta, sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h
Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Bilheteria: 3206-6456 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h)
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais, professores e empregados da CAIXA)
Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos
Duração: 55 minutos

Le Corbusier, entre dois mundos

Mostra expõe obras de um dos mais importantes arquitetos do século XX

No ano da França no Brasil, obras de Le Corbusier serão expostas em Brasília na Caixa Cultural. A exposição “Le Corbusier, entre dois mundos” acontece entre 17 de junho e 19 de julho. São cerca de 120 obras, entre produções do renomado arquiteto francês e peças pertencentes à Fundação Le Corbusier.

A exposição tem a produção do Grupo AG de Brasilia e a curadoria do arquiteto francês Jacques Sbriglio e trata-se de uma parceria entre a CAIXA Cultural Brasília e a Embaixada da França e com a Fundação Le Corbusier.

Pela primeira vez no Brasil, a mostra traz projetos de arquitetura, desenhos, pinturas, colagens, litografias, esculturas, tapeçarias, maquetes, livros e fotografias, pertencentes à fundação. As peças de Le Corbusier (Charles-Edouard Jeanneret, seu verdadeiro nome) trazidas foram produzidas em seus últimos 20 anos de vida.

Este período (1945 a 1965) é conhecido hoje como “obra da maturidade”. Nessa época, acontecia o fim da Segunda Guerra Mundial, quando sua produção grandes encomendas, gerando sua consagração internacional como arquiteto.

Segundo Jacques Sbriglio, curador da mostra, há uma nítida diferença entre o trabalho de Le Corbusier pré-guerra e pós-guerra. “Se os anos antes da guerra, principalmente as décadas de 30/40, confirmam um Le Corbusier teórico, de notoriedade internacional incontestável, os anos do pós-guerra correspondem à revelação de um grande criador. É durante o último período de sua carreira que Le Corbusier criará suas obras-primas mais relevantes: a unidade habitacional de Marselha, a capela de Ronchamp, o convento de Tourette, os edifícios do Capitólio em Chandigarh na Índia”, explica o curador.

Serviço

Exposição “Le Corbusier, entre dois mundos” Curador: Jacques Sbriglio Produção: Grupo AG Local: CAIXA Cultural Brasília – Galeria Principal Data: de 17 de junho a 19 de julho de 2009 Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h Endereço: SBS Quadra 4 Lote 3/4, edifício anexo da Matriz da CAIXA Informações: 3206-9448 Classificação etária: Livre

Foto: Unidade Habitacional de Marselha, França (Crédito: Fábio Scrugli)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tragédia grega à brasileira

Com caráter musical reforçado, clássico brasileiro Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, estreia temporada no Teatro Nacional

Paula Kossatz/Divulgação
Após passagem por Portugal, brasileiros apresentam em Brasília musical sobre mãe que sacrifica a prole para ferir o amado infiel

Marlon Maciel
Especial para o Jornal de Brasília

A equipe que adaptou o clássico brasileiro Gota d’Água não teve que fazer praticamente nada para atualizar sua temática para os dias de hoje. O diretor João Fonseca assim garante sobre a adaptação do musical, que estreia hoje – com temporada até domingo –, na Sala Villa-Lobos: "Na verdade, o texto de Chico Buarque e Paulo Pontes (escrito em 1975) é atualíssimo".

Convidado da atriz Izabella Bicalho (Joana) para assumir a direção do musical, Fonseca afirma que "infelizmente é atual" por causa da situação em que "o poder é concedido a alguém que acaba se aproveitando de outro em condição mais simples". Na adaptação moderna de Medéia, de Eurípides (431 a.C.), com direção musical e músicas adicionais de Roberto Bürgel, a personagem mitológica recebe o nome de Joana, moradora de um conjunto habitacional da periferia, que sustenta dois filhos e o marido e sambista Jasão (Armando Babaioff). Assediado pelo empresário Creonte (Claudio Lins), o músico abandona sua casa para casar-se com Alma, filha do empresário. Desesperada, Joana assassina os filhos e se suicida.

"O texto soava mais forte na época da estreia (quando teve Bibi Ferreira como Joana), mas continua com força", observa Fonseca. Para ele, o momento político atual é diferente daquele vivido na década de 1970, época de ditadura. "A figura da Joana acabava ecoando como um pedido de liberdade", resume o espírito do musical.

Gota D’água – Hoje e amanhã, às 21h, e domingo, às 18h, na Sala Villa-Lobos (Teatro Nacional). Ingressos: R$ 70 (inteira). Não recomendado para menores de 16 anos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Nietzsche para os palcos

Obra do filósofo é encenada em espetáculo multimídia que mescla teatro e coreografia


O espetáculo “!Zaratustra!” estará em cartaz nos dias 06 e 07 de junho. A apresentação é inspirada na obra poético-filosófica “Assim falou Zaratustra- um livro para todos e para ninguém”, do alemão Friedrich Nietzsche. Em cena, estarão Maura Baiocchi e a Taanteatro Companhia. A encenação teatro-coreográfica “!Zaratustra!” conta com recursos multimídia e acontece no Tetro da Caixa, em Brasília, com sessão às 20h no sábado e 19h no domingo. Não recomendado para menores de 16 anos.

O foco do espetáculo foge de narrar passo a passo a obra “Assim falou Zaratustra- um livro para todos e para ninguém”. É, na verdade, inspirado nas idéias, no tom, no exemplo de Zaratustra/Nietzsche para abordar nossas atuais questões sócio-político-estético-culturais.

A encenação revela corpos, diálogos, danças, cantos e imagens ao mesmo tempo trágicos e cômicos, eruditos e populares. Ao passar pelos extremos dos sentimentos humanos, conforme faz Zaratustra, a negação e afirmação da vida entram em conflito no palco.

A escolha pela utilização de várias linguagens foi necessária para transpor para o palco toda a filosofia contida na obra. “A variedade de linguagens e estilos empregados no espetáculo [...] corresponde ao jogo de máscaras e estilos adotados na obra do filósofo e poeta Nietzsche, que servem não como meios de expressão de verdades definitivas, mas como perspectivas e modos de acesso às maneiras múltiplas como nos relacionarmos com o mundo”, explica Wolfgang Pannek, que dirige o espetáculo em parceria com Maura Baiocchi.

“!Zaratustra!” é resultado do trabalho do NuTAAN/DF (Núcleo Taanteatro – Formação, Pesquisa e Criação) iniciado em 1º de maio de 2008. O processo de estudo durou 10 meses e reuniu estudantes e profissionais de artes cênicas de Brasília.

Depois da Caixa Cultural, “!Zaratustra!” entra em cartaz no Teatro Plínio Marcos, do Complexo Funarte.


Serviço:
Espetáculo !Zaratustra!
Data: 06 e 07 de junho de 2009
Horário: sábado, às 20h e domingo, às 19h
Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais, professores e empregados da CAIXA)
Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos
Duração: 140 minutos


Fotos: Alexandre Magno