domingo, 24 de maio de 2009

Eu falar (e escrever) bonito um dia



Um humor cortante, porém discreto. Essas é a característica principal do comediante David Sedaris e seu livro “Eu falar bonito um dia”. A "autobiografia" consegue divertir e emocionar ao mesmo tempo, por meio de histórias de infância e excentridades familiares expostas de maneira cômica, mas singela.

Personagens e relatos da vida do autor são fatores essenciais que garantem a qualidade do livro, desde o tratamento "diferente" do irmão mais novo com seu pai até o talento musical de sua irmã, não herdado por David. Ao conhecer momentos constrangedores e embaraçosos da família grega, nos divertimos com considerações do autor sobre sua personalidade e suas relações, casos que além de fazerem rir também nos fazem sentir um certo cuidado e afeto por parte do autor quando o assunto tratado é de fundo sentimental.

David Sedaris é dono de um estilo literário muito semelhante a Woody Allen e Jerry Seinfeld, comediantes de humor refinado, que abordam temas polêmicos na medida exata, sem precisar de jargões e piadas prontas como muletas. A ironia aparece no texto em diversos momentos e faz com que nos identifiquemos com as situações pitorescas do seu cotidiano, como testemunhas oculares.

Ao conhecer a trajetória de vida do comediante, ele nos faz recordar de situações particulares de nosso passado, como por exemplo: viagens em família em que só você e seus irmãos sabem o que passaram e/ou o comportamento excêntrico de alguns tios em festas de família.

“Eu falar bonito um dia” pode ser considerado um livro de leitura agradável, com um texto instigante, mas não exagerado. Uma obra que encanta não só pela linguagem e nostalgia, mas principalmente pelo toque “humano” que carrega consigo.

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