terça-feira, 24 de março de 2009

"Scream for me, Brasília"


A banda Iron Maiden se apresentou pela primeira vez na capital brasileira na última sexta-feira (20). Em show histórico, o sexteto levou 25 mil pessoas ao estádio Mané Garrincha. Houve quem chegou ao local ainda no começo da tarde, para garantir bons lugares; mas também teve quem só conseguiu entrar na metade da apresentação, que durou cerca de 1h40. A turnê Somewhere Back in Time, comemorativa dos 30 anos de carreira da banda, conta com um set list clássico, atraindo tanto fãs antigos como os mais jovens.

Por volta das 20h40 da noite do dia 20, a fila dos fãs do Iron Maiden ainda se estendia assustadoramente ao redor do Mané Garrincha. Neste momento, a "Harris filha" deveria estar entretendo os que já aguardavam em frente ao palco. Fora do estádio, toda a estrutura "comercial" seguia a lógica da linha da galera de preto que adentrava no setor de pista. Muitos suvenirs da banda e muita cerveja estavam em oferta no local. Mas só cerveja, porque bebida quente estava categoricamente proibida a venda. Ainda assim, num ato quase contrabandista, podia-se notar a compra.

O tempo passava e o nervosismo aumentava à medida em que os ponteiros se aproximavam das 21h - horário marcado para o show dos pontualíssimos britânicos do heavy metal. Já passava deste horário quando a fila finalmente acelerou. Três conferidas nos ingressos e uma revisada da segurança nas bolsas e finalmente já se podia ver a multidão que aguardava com muita ansiedade ao show. Daria uma bela foto: Uma aglomeração de cabeças douradas pelas luzes dos holofotes recheando o oval estádio.

A visão daquele cardume de headbangers em estado de êxtase contagiou a todos que enfim haviam entrado. Só se via gente pulando, gritando e correndo pela rampa de acesso ao gramado.

Bastou eleger uma localização diante do palco para as luzes se apagarem. No momento terminava o vídeo do Flight 666 com o Ed Force One. Segundos depois, a luz ressurgiu na tradicional rajada de fogo que trás a banda à tona. Por volta das 21h15, o sexteto apareceu com todo o poder de Aces High.

Da primeira à ultima música a multidão exalava emoção. Depois da abertura, o set list prosseguiu com Wrathchild, 2 Minutes to Midnight, Children of the Damned e Phantom of the Opera. Durante um clássico e outro, o público pôde ver o quarteto de guitarras e baixo tocando na tradicional pose com os pés nos retornos – atitude Iron Maiden! Em seguida, Bruce Dickinson fez a conhecida cena em que carrega a bandeira da Inglaterra durante a The Trooper. Continuando, vieram a Wasted Years, Rime of the Ancient Mariner, Powerslave, Run to the Hills, Fear of the Dark, Hallowed Be Thy Name e enfim a Iron Maiden, quando o gigantesco Eddie entra em cena ao delírio da platéia.

Nos intervalos das canções (que eufemismo!), Bruce interagiu longamente com o público. Entre um “Scream to me, Brasília!” e outro ainda mais agudo - respondido com euforia - ele dizia basicamente que fora a primeira vez que tocaram em Brasília e que estava realmente impressionado com o público. Repetiu o discurso umas três vezes. Redundâncias à parte, o vocalista fez uma brincadeira relacionando à ironia de haver um show de Liza Minelle alguns metros adiante, no Centro de Convenções, e informou que havia no estádio cerca de 25 mil pessoas! Número que nesta turnê bresileira ficou atrás apenas de São Paulo, que contou com 60 mil.

Ao final de Iron Maiden, a banda se despediu rapidamente do público encadeando um caloroso pedido de bis. Gritava-se “olê olê olê olé, maiden, maiden”. Quando as gargantas cansaram foi a vez de usar a acústica do estádio a favor. Os fãs fizeram barulho com os pés no piso da arquibancada e nas placas de metal que cobriam o gramado. Nesse momento o local tremeu e se sentiu, de fato, a força da massa de 25mil headbangers. Quando o ruído chegou a seu limite máximo, Maiden voltou ao palco ao som da desejada The Number of The Beast. Acabando com o que restava de fôlego da platéria, veio a The Evil that Man Do e Sanctuary para terminar. Palhetas e baquetas jogadas ao público, um último agradecimento e o show estava encerrado.

Às 23h o público já deixava o Mané Garrincha e muitos, como que viciados, saiam em seus carros ao som dos mesmos caras.

Foto: divulgação

Um comentário:

  1. A parte que mais me lembro foi quando a gente entrou no estádio. Um mar de gente, e aquelas luzes, muito bom, inesquecível, pra dizer a verdade.

    ResponderExcluir